sábado, 29 de janeiro de 2011

POLICIAL!

por João Pantaleão Gonçalves Leite
Investigador da Polícia Civil - RS



Há gente que ainda não sabe
O que a polícia significa,
Por maldade a critica
Sem conhecer a verdade;
Mas e nesta oportunidade
Parafraseando os doutores:
A polícia ... meus senhores,
É o exército da sociedade.

Para vos dar o sossego;
Lutamos de frontes erguidas,
Arriscamos nossas vidas
Para proteger as vossas
E gente ainda faz troças
Quando somos pisoteados,
Dão razão aos renegados
Das razões que eram nossas.

Essa gente erra senhores!
Quando não erra, se engana;
Pois errar é coisa humana
Quando o engano não vem;

Se o policial errar também,
Há sempre alguém que o entrega
E finge que não enxerga
Quando ele pratica o bem.

Somos aquele alvo humano
Das armas dos delinqüentes;
Estamos sempre presentes
Nos combates contra o mal;
Somos a guarda social
Nesta batalha renhida,
Arriscar a própria vida
É o lema do policial.

O policial que é casado
Não vive para a família,
Sem poder ao filho ou à filha
Dar um pouco de carícia,
Do lar não colhe delícia,
Porque na cidade ou no morro,
Há sempre um grito de socorro
Chamando pela polícia.

Quando sai em diligência
Despede-se dos filhos seus...
Vai com Deus papai... Vai com Deus!
Lhe diz o filho querido;
Depois então tem se lido
Em manchetes de jornal,
Foi morto um policial
Ao prender um foragido.

Tristonho o filho pergunta
A sua mãezinha que chora,
Por que meu papai demora?
Estou com saudades demais,
Quero expandir os meus ais
Com forte beijo em sua testa
E depois cantar em festa
A linda canção dos pais.

Sim meu filho adorado!
Hoje é o dia dos pais,
Mas o teu... Não volta mais,
Você tem que compreender;
É triste, mas vou dizer:
O teu pai, minha flor querida,
Ontem perdeu a vida
No cumprimento do dever.

O filho nada entende
Do que mãezinha lhe diz,
Continua bem feliz
Esperando o amado pai;
O sol desmaia, a noite cai,
Venta muito, é mês de outono
E o pequeno sente o sono
Porque o berço lhe atrai.

No outro dia de manhã
Faz perguntas, sem receio,
Mamãe! Papai já veio?
Mas de repente se cala,
Esmorece, perde a fala
Ao ver o pai do coração,
De mãos postas num caixão,
Sobre a mesinha da sala.

Neste momento compreende
Ao ver a sala tão triste,
Seu peitinho não resiste,
Dos olhinhos, rola o pranto;
Pois o pai que queria tanto
Lhe deixou na solidão.
Foi cumprir outra missão
Com destino ao campo santo.

O pequeno fica tristonho
Com os olhos rasos d'água,
Fica enxugando sua mágoa
Que um delinqüente causou;
A herança que lhe restou
Foi uma placa com gravura,
“Honra ao mérito por bravura”
Que o próprio tempo gravou.

E hoje com sua mãe,
Nos dedinhos vai contando,
Os anos que vão passando
E o tempo que o pai morreu,
Do mesmo não se esqueceu,
Conta dez... Conta onze
E aquela placa de bronze
Nunca um abraço lhe deu.

Vejamos o outro lado
Em que meu nome figura,
Foi sem placa, sem gravura,
Não tombei, pois Deus não quis;
Senhores: aquilo que fiz,
Foi sem rancor, sem maldade,
Para dar paz à sociedade
Eu tive um golpe infeliz.

Numa noite negra e fria,
Chovia torrencialmente,
Fui chamado de repente
Para atender uma ocorrência;
Deixei com paz e paciência
O mundo alto que dormia,
Quando o baixo se divertia
Nos vapores da violência.

Procurando manter a ordem
Fui em busca de um delinqüente,
Que furioso, violentamente,
Quis roubar a vida minha;
Sua sorte foi mesquinha,
Não completou o arremate
E, eu... Pra não ficar no combate
Usei dos meios que tinha.

Vejam meus senhores!
A situação que fiquei,
Contra a vontade matei
Para salvar minha vida
E desta luta renhida,
Recebi como troféu:
Tormento ao banco de réu
Julgado por homicida.

Mas diante de sete homens,
Foi revivido o meu drama;
Deus, o “Pai Divino” que ama
Iluminou mente por mente,
Perante ao povo presente
Guiou o desfecho final
E num silêncio total,
Ouve-se o magistrado:
Declaro o réu inocente.

Sendo assim, eu peço a Deus,
Apague o que aconteceu
E faça mais do meu eu
Um policial de retovo;
Que diga ele de novo
À grande massa social:
Que o braço do policial
É a segurança do povo.

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